Os pontos cruciais que estão “atrasando” os agentes de viagens atualmente são o receio de investir em tecnologia e a falta de motivação para acompanhar as rápidas mudanças do mercado. Ele, agente de viagens, tem de mudar também. Esse é o extrato das duas palestras realizadas hoje entre 11h30 e 13h fechando o 36º Congresso Brasileiro de Agências de Viagens na ABAV 2008. A primeira palestra teve como tema “Tecnologia para agências de viagens: a próxima fronteira” e foi ministrada por Landry Holi, coordenador da área de Soluções para Distribuição & Vendas, uma parte da divisão de Produtos & Tecnologia da Amadeus. De maneira bastante simples, Holi argumentou que o consumidor ganha cada vez mais poder graças às inúmeras ofertas e à internet, que possibilita comparar e optar com incrível rapidez. “O E-consumer é muito exigente e quer que o agente lhe dê inspiração e o faça sentir-se único. E a tecnologia tem de ser vista como uma ferramenta que providencia soluções específicas para as necessidades do cliente – uma colaboradora e não uma inimiga”, argumentou. Em sua visão, os agentes de viagens receiam ter de investir muito dinheiro, quando as soluções proporcionadas por um GDS, bem ao contrário, economizam tempo ao dar soluções integradas e rápidas. Em seguida entrou em cena o consultor e ator profissional de atendimento e vendas André Tadeu, que ressaltou o importante papel do Proagência nos últimos três anos, ao propiciar o casamento ABAV & Sebrae para capacitar empresários e apoiar pequenas e microempresas de turismo. Tadeu concordou com o antecessor: “Hoje, para ser um bom agente, é necessário investir em tecnologia”. Mas ele procurou demonstrar que não adianta fazer isso sem investir em si próprio. André Tadeu criou um training show que rodou 27 Estados em setembro e outubro e foi assistido por 1.800 profissionais, e seu diagnóstico foi que a maioria dos agentes de viagens sabe quais são os seus problemas: falta de atualização profissional, dificuldade em gerenciar pessoas e falta de trabalho em equipe. Ou seja, as causas do estresse do dono da agência são a falta de qualificação de funcionários, de delegação e de comprometimento. No entanto, menos de 10% aplica técnicas de diferenciação do seu negócio, embora saiba que depende disso para sobreviver. “Nossa preocupação é que a maioria dá respostas espetaculares para os seus problemas, mas quase ninguém as aplica no dia-a-dia. E todos acham que têm bastante tempo ainda para fazer isso. Não há tempo, a mudança tem de ser já!” Tadeu destacou ainda que a vitória está na persistência, aliada à flexibilidade e à inteligência. E apresentou três casos fictícios para demonstrar que as soluções passam pelo caminho da coragem de mudar. “Não adianta tentar meros paliativos em curto prazo: é preciso se qualificar, demitir quem não está adequado, olhar o mercado em busca de novas oportunidades e montar um plano de ação de desenvolvimento de cada um na equipe. O dono de uma agência tem de acreditar na própria competência para se motivar e liderar.”